
8 Séries excelentes com finais ruins
5 min.
15/04/2025
Ériton Cláudio
Nem toda grande jornada termina com um final digno da sua própria grandeza. Ao longo dos anos, várias séries conquistaram o público com roteiros inteligentes, personagens cativantes e tramas que nos deixavam grudados na tela, episódio após episódio. Mas, por mais brilhantes que tenham sido em boa parte de sua trajetória, algumas simplesmente não souberam como encerrar suas histórias. Seja por pressa dos produtores, decisões criativas questionáveis ou expectativas altas demais, o fato é que certos finais deixaram uma marca amarga — e uma legião de fãs desapontados.
Nesta lista, relembramos 8 séries excelentes que brilharam intensamente... até tropeçarem nos próprios créditos finais.
Game of Thrones (2011–2019)

Começou como uma das séries mais aclamadas da história da TV. Com personagens complexos, intrigas políticas e reviravoltas inesperadas, conquistou uma legião de fãs. No entanto, nas últimas duas temporadas, a narrativa foi acelerada drasticamente, resultando em decisões incoerentes com o desenvolvimento dos personagens. O final foi apressado, personagens-chave tiveram arcos mal concluídos e a resolução do conflito central com o Rei da Noite e a coroação de Bran como rei pareciam simplesmente jogadas para terminar logo. A sensação geral foi de que a série merecia mais tempo e cuidado para fechar sua história.
The Walking Dead (2010–2022)

Foi uma série revolucionária no início, trazendo zumbis para o horário nobre com peso emocional e drama humano. Ao longo dos anos, porém, a história começou a se repetir, personagens principais foram morrendo ou saindo, e o mundo que parecia implacável perdeu o impacto. O final, longe de ser ruim por completo, pecou por parecer um trampolim para spin-offs, sem dar uma verdadeira conclusão à jornada dos sobreviventes originais. Os fãs ficaram com aquela sensação de que tudo o que aconteceu poderia ter levado a algo mais definitivo.
Lost (2004–2010)

Talvez um dos exemplos mais emblemáticos de uma série com um final controverso. Ela foi um fenômeno cultural, misturando drama, ficção científica e filosofia com maestria. Mas, conforme os mistérios se acumulavam, as expectativas cresciam. O final optou por uma resolução simbólica e espiritual que ignorou várias perguntas importantes deixadas pela trama. A explicação do “purgatório” não caiu bem para muitos que queriam respostas concretas. Ainda hoje, Lost divide opiniões entre os que acham o final poético e os que se sentem enganados.
Dexter (2006–2013)

Foi brilhante nas primeiras temporadas, com um protagonista fascinante: um serial killer com um código moral. Tudo caminhava para um clímax grandioso… até que a série simplesmente se perdeu. O final original foi amplamente considerado um dos piores da TV. Ao invés de encarar as consequências de seus atos, Dexter foge e vira lenhador. Muitos consideraram que isso traía completamente o tom sombrio e crítico da série. O revival Dexter: New Blood tentou dar um desfecho mais satisfatório, mas também dividiu o público.
How I Met Your Mother (2005–2014)

Foi uma comédia com coração, repleta de momentos emocionantes e personagens cativantes. Ao longo de nove temporadas, o público esperou ansiosamente para conhecer a “mãe”. Quando ela finalmente apareceu, foi carismática e querida… mas o final decidiu matá-la rapidamente e retornar à ideia de Ted com Robin, algo que já havia sido encerrado temporadas antes. Muita gente sentiu que a série traiu seu próprio título e que todo o caminho percorrido foi jogado fora em poucos minutos.
Heroes (2006–2010)

Tinha tudo para ser uma das maiores séries de super-heróis da TV. A primeira temporada foi impactante e muito bem recebida. Mas a greve dos roteiristas e uma sequência de más decisões narrativas fizeram a qualidade despencar. As temporadas seguintes foram cada vez mais incoerentes, e o final não teve força emocional nem narrativa. A sensação foi de uma grande promessa desperdiçada. Mesmo com tentativas de reviver a série, nunca voltou ao seu auge.
Black Sails (2014–2017)

A série foi aclamada por seu roteiro maduro, personagens complexos e produção impecável. No entanto, o final foi visto por muitos como anticlimático. Ao invés de uma conclusão épica e brutal como o tom da série sugeria, optaram por um encerramento mais simbólico, centrado em redenção e amor. Embora não tenha sido ruim tecnicamente, não entregou o impacto que muitos esperavam de uma série sobre piratas implacáveis.
Sherlock (2010–2017)

Encantou o mundo com sua abordagem moderna das histórias de Arthur Conan Doyle. As primeiras temporadas foram brilhantes, cheias de estilo e inteligência. No entanto, conforme avançava, a série começou a se perder em reviravoltas exageradas e episódios mais preocupados com estética do que com coerência. O final da quarta temporada, que serviu como desfecho até agora, foi confuso, emocionalmente desconexo e muito diferente do que os fãs esperavam. Para muitos, Sherlock terminou de forma silenciosa demais para uma série tão marcante.
No fim das contas, encerrar uma série é uma tarefa tão delicada quanto construí-la do zero. Quando passamos anos acompanhando personagens, teorias e reviravoltas, criamos uma conexão profunda com aquele universo — e qualquer deslize no último ato pode parecer uma traição. Algumas dessas séries deixaram legados inegáveis, influenciaram a cultura pop e marcaram gerações, mesmo com finais controversos. Outras nos fizeram questionar se o caminho valeu mais que o destino. Mas talvez seja exatamente isso que torne essas histórias inesquecíveis: elas nos fizeram sentir algo, mesmo que tenha sido raiva, frustração ou saudade. E no mundo das séries, causar uma reação tão forte já é, por si só, um tipo de sucesso.